Porto de Fiore

Chegara ao porto com a moeda que o Mestre havia lhe dado, estava pronto pra enfrentar qualquer que fosse o treinamento, voltaria sabendo lutar e assim poderia melhor ajudar seus companheiros e quem sabe não falhar em uma missão como sucedeu a ultima. Procurava então um navio pra Isengard com o nome de seu futuro tutor na cabeça: "Ryun", com isso fui procurar por navios. Vi um navio interessante, médio porte, bem tratado, tripulação, de forma aparente, receptiva. Havia perguntando se ia a Isengard, o Capitão disse que sim, mas o preço era alto, tentei negociar, mas ficou só no negociar mesmo, fui recusado. Diversas vezes isso aconteceu, já estava cansativo. Vi um navio que não muitos pegariam, pequeno-médio porte, acabamento duvidoso, provavelmente teria problemas em alto mar, mas não me restavam muitas esperanças, fui checar.

O capitão do navio olhou pro homem da cabeça aos pés e então disse:

- Serão 10000 coins pelo quarto, mas a comida diária. Todos sabem como a viagem a Isengard é demorada e perigosa... - Disse encarando o homem. - Além disso terei que trocar um pouco minha rota para deixar lá. E então você topa ou não? - Rosnou esta pergunta, como se estivesse irritado e com pressa.

- Não temos acordo, ou você me esse dinheiro ou cai fora daqui! - Disse o homem em um tom ríspido. - Esses novatos, até parece que são aprendizes de Ryun, mas que diabos! - Falou e deu as costas pra o homem que queria a passagem.

Estava se virando para procurar por outro navio que estivesse capengando mais que o que achara no momento quando escutou uma palavra que, em seus ouvidos, soou familiar.
- Você disse Ryun? Você conhece ele? Estou indo a Isengard para treinar com ele indicado por Sakuyoo

- Quem diabos não conhece o poderoso Ryun? - Resmungou o homem ainda indo em direção a seu navio. Quando chegou na proa, virou para o homem. - Essas suas desculpas esfarrapadas não enganam ninguém. Primeiro me fala de Ryun, que não treina ninguém a 20 anos, e agora me fala do grande El Maestro. - Deu uma gargalhada. - Você é um ótimo comediante, deveria tentar trabalhar com isso para ganhar dinheiro. Quando tiver uma prova de que está indo treinar com Ryun, volte a falar comigo. - E então virou-se.

Lembrou de um objeto que Sakuyoo tinha lhe dado, um moeda um tanto quanto antiquada e antiga de metal. Tirou do bolso e a mostrou para o homem.
- Sakuyoo me deu essa moeda antes de me mandar nessa viagem, é prova suficiente para você?

Ouviu as palavras do garoto e virou com um tom irritado, prestes a xingar o garoto. Mas então viu a moeda e ficou pasmo, sabia o que ela representava. Não conseguia acreditar no que via, não queria acreditar. Nunca tinha visto uma daquelas antes.

- Venha no navio e eu nunca disse nada sobre não aceitar você em meu navio, se disse qualquer coisa lhe jogo para fora dele. Pode pegar algum lugar no porão de nosso navio, será confortável o suficiente pra você, imagino. - Disse o homem e foi para sua cabine de capitão, ainda perplexo com a situação.

Entrei no navio sem saber ainda o que a moeda representava, guardei-a e esperei o inicio da viagem no meu porão.

Cheguei no porto, haviam alguns navios ancorados e muitos estavam se preparando para partir, estava bem cedo ainda. Me aproximei de um marinheiro e perguntei:
-Você sabe como conseguir um Merlin Dourado por essas águas?
O marinheiro era um senhor de idade, lhe faltava um olho e vestia uma roupa amarela de um material hidrofobico, o velho pigarreou, cuspiu no chão e então disse:-Hahahaha, rapaz nos meus dias de ouro eu peguei um marlin tão grande que era impossível segurar o bicho com as mãos. -Ele parecia estar bastante bêbado e passou um tempo falando suas historias de pescador. Finalmente, quando as historias acabaram, o velho me emprestou seu pequeno barco a remo e uma vara de pesca. Agradeci o idoso e fui ate o barco. Remei ate ficar um pouco longe do porto, mas ainda podia vê-lo com clareza. Fiquei quase 1 hora tentado fisgar o maldito peixe, mas não estava dando certo, eu podia ver os peixes, apesar de estarem em extinção pareciam ser abundantes naquela região, nadavam por todo porto, até mesmo entre os navios. Decidi que era hora de mudar de estratégia, tirei quase todas as peças de roupa ate ficar apenas com as partes de baixo, então pulei na água e mergulhei. Não conseguia ver muita coisa ali embaixo, mas a cor dourada do peixe chamava em meio a imensidão azul do mar. "Sun Blessing" falei em minha mente, assim que ativei a magia, uma onda de eletricidade se espalhou atingindo uma grande área dentro d'agua, voltei a superfície pois estava quase sem folego, quando cheguei la em cima haviam alguns peixes boiando, dentre eles 3 Marlin Dourados, os peixes não estavam mortos, foram apenas atordoados pelo choque, então peguei o maior deles e deixei os outros dois, junto com os outros peixes que foram afetados, o Marlin Dourado estava em extinção, então não pegaria mais do que o necessário. Coloquei o peixe no barco, e remei de volta para o porto. Agradeci o idoso pela ajuda, este que quando viu o peixe que eu carregava ficou todo feliz.
HAHAHA, muito bem garoto, quase tão grande quanto o que eu havia pego!
-Depois de beber cerveja e rum com o velho senhor, levei a caça ao contratante da missão.

Rev então chegou no ponto em que o barco estava ancorado, mandou Hilbert esperar do lado de fora e adentrou no navio. Após alguns minutos voltou com o capitão do barco e fez um sinal com a mão para que Hilbert subisse a bordo.

Seguindo a orientação, subi no barco, há tempos não subia um barco e velejava enquanto durasse a viagem, tentaria aproveitar ao máximo. "-A viagem ira demorar?" perguntei ao garoto enquanto me escorava numa parede.

- Não mais do que uma lembrança. - Disse Rev abrindo uma porta e começando a descer as escadas que levavam ao convés. Sentou-se de costas para uma parede com as pernas cruzadas e fechou os olhos.

Não respondi nada, acho que eu de certo modo entendi o que ele quis dizer, então simplesmente sentei escorado a uma pequena pilastra e também relaxei um pouco com minha espada de lado.

Quando o rapaz se sentou ao seu lado, ele abriu os olhos, virou para o rapaz e disse

- A técnica que tenho para lhe ensinar é feita somente para usar em espíritos, se eu ou qualquer outra pessoa souber que você usou a mesma em seres vivos, você será caçado e pagará com sua vida, certo? - Disse ele com um tom sério.

Certo, você tem minha palavra, usarei apenas em espíritos quando necessário.. Respondi no mesmo tom sério do ancião.

- A técnica consiste em concentrar sua energia física numa densidade tão grande em algum ponto que o mesmo será capaz de atingir não somente a carne, mas também a alma do alvo. Isso não depende de magia alguma, é algo puramente físico. - Estendeu a palma da mão para cima e fez. - Nesse momento estou utilizando a técnica, pode notar que ela não é aparente. Vou lhe mostrar, bata na minha mão.

Fiz um sinal com a cabeça positivamente para o garoto, parecia ser algo grande, estava meio com medo de acertar a palma e explodir algo do tipo, mas fui com confiança, e bati a palma do garoto.

Hilbert então sentiu todo o seu corpo tremer, sua mão ficou parada no local onde bateu. Sua visão começou a tremer e a ficar preta e branca, fazendo várias imagens do garoto. Rev então puxou sua mão para trás, fazendo com que a mão dos dois não se tocasse mais. Hilbert foi aos poucos recuperando sua consciência, até voltar ao normal, quer dizer, quase ao normal, o rapaz agora tremia de frio, seu corpo estava gelado, como se estivesse no meio de uma nevasca.

- E então? - Indagou o rapaz.

Meu corpo parecia como choque entre ondas no oceano, enquanto eu suava frio e minha alma parecia estar se debatendo em meu corpo, querendo sair, tudo estava preto e branco, minha respiração havia parado, escutava cada lenta batida de meu coração como se fosse um som grave 3x mais alto e ensurdecedor e se fazia mais de 5 imagens da criança em minha frente, até memorias me vinham na cabeça, memorias tristes, mas quando ele soltou a palma, recuperei alguns sentidos mas eles estavam ainda voltando ao ritmo, respirei forte como nunca antes e me ajoelhei com tanta dor.
Agora eu entendo o de não ser usado em seres vivos, você está louco, essa é pior tortura que se pode enfrentar, ainda bem que poucos sabem disso.. Falava com uma certa dificuldade, mas me levantava aos poucos encarando o garoto.

- Bem, em seres vivos este é o efeito, em almas essa magia serve apenas para nós podermos acerta-las, como se elas possuíssem corpo físico. Sem ela você não poderá nem mesmo tocar no membro da Guard Notarial, mas ele poderá fazer um belo estrago em você. - Disse Rev ainda sentado. - Amanhã nós teremos um dia de navegação, então ensinarei a técnica a você amanhã, agora tenho que ir em uma reunião. Até amanhã. - E então fechou os olhos.

Para ir para uma reunião no meio do oceano, haha só indo espiritualmente mesmo, bem então certo, amanhã nós falamos sobre isso.Me desloquei a outro aposento e sentei, olhando para o céu e pensando no que estava por vir.